Pedro e as conquistas europeias em 2010 (Arquivo/CBW)

Pedro Garcia 10 anos de Brasil: 2008 o ano da chegada

A série “Pedro Garcia 10 anos de Brasil” chega ao primeiro ano do treinador no Brasil. Na entrevista anterior vimos que o treinador participou da criação da primeira equipe cubana de wrestling feminino e da formação da equipe nacional da Argélia que defenderia o país nos Jogos Africanos de 2007 e a seletiva olímpica para Pequim 2008. Quando retornou a Cuba, Pedro soube que os rumores de que treinadores cubanos iriam para o Brasil que já circulavam desde 2007 estavam cada vez mais fortes e foi um dos selecionados para vir trabalhar no país.

“Depois da missão na Argélia fiquei cinco meses em Cuba e já sabia que estavam negociando com a Confederação Brasileira e foi quando Eduardo Perez firmou um convênio de quatro treinadores para virem ao Brasil e já no mesmo dia que cheguei já comecei a rodar e trabalhar na Universidade Gama Filho, na Academia Upper, Ilha do Governador, Bangu e Niterói. Rodei três meses até que a Confederação se mudou para Academia Delfim na Tijuca e passei a dar treino lá”, lembrou Pedro.

Pedro não esconde que a primeira sensação foi um choque. Acostumado a ter Centro de Treinamento e um número alto de atletas para trabalhar, o cubano se deparou com uma realidade totalmente diferente no Brasil. Aos poucos Pedro foi adaptando o jeito de trabalhar cubano à realidade brasileira e não esmoreceu ao primeiro sinal de dificuldade. Mesmo sem as condições que estava acostumado, o treinador não poupou esforços para aumentar o nível técnico dos atletas e fazer com que ganhasse espaço no cenário internacional.

“A chegada foi um choque e um susto. Achei que havia Centro de Treinamento e não tinha. Então não estávamos acostumado com algumas coisas que estavam desorganizadas e aos poucos fomos adaptando. Para um profissional esportivo seja atleta ou treinador é muito importante o resultado que você tem. Então tinha que fazer o melhor possível dentro das condições de estruturas que tínhamos para tentar fazer frente com outros países de maior estrutura”, lembrou Pedro.

A ideia inicial da Confederação Brasileira era fazer com que os treinadores ficassem de três em três meses em cada estado para disseminar o esporte. Porém, o sucesso do trabalho e a evolução diária fez com que os atletas pedissem para Pedro ser mantido no Rio de Janeiro e o treinador passou a ser responsável pela equipe nacional do estilo livre brasileiro. Em poucos mais de seis meses, Pedro teria seu primeiro desafio como treinador da seleção brasileira em Maracaibo, Venezuela.

“Por ter trabalhado na equipe nacional de Cuba já conhecia maioria dos lutadores das competições Antoine, Zanza (Rosângela Conceição), Renato Roma, Susana e Joice. Uma vez Antoine Jaoude foi fazer um período de treinos em Cuba e fiz todo planejamento de musculação para ele. Logo no primeiro treino, Joice, Susana e Pirata grudaram em mim. E com pouco tempo de trabalho os atletas evoluíram muito rápido e acabaram pedindo para que ficasse no Rio de Janeiro e passei a ser treinador da seleção brasileira”, disse Pedro.

Na próxima entrevista, Pedro relembra a estreia em competições internacionais no córner da equipe brasileira.