Heróis dos Jogos Pan: Luiz Fernandes
A série “Heróis dos Jogos Pan” segue lembrando as conquistas brasileiras. Na edição de 2007, no estilo greco-romano, o atleta Luiz Fernandes, o Luizinho, foi prata na categoria até 96kg no Rio de Janeiro. Esse é até hoje o melhor resultado do estilo em Jogos Pan-americanos. Oriundo do judô, Luiz começou na Luta Olímpica por intermédio do amigo José Marcos, em 1996, que já treinava com Roberto Leitão, medalhista nos Jogos de Indianápolis, Estados Unidos. Luiz passou a conciliar os estudos de contabilidade com o esporte. Durante dez anos, o dia era dividido entre os treinos da manhã, os estudos no período da tarde e posteriormente o emprego na empresa da família. Situação que incomodava os companheiros de treinamento, acostumados a treinar em dois períodos.
“Algumas pessoas da equipe me olhavam torto. Na visão deles eu não me dedicava tanto aos treinamentos, geralmente eu realizava os treinos da parte da manhã, ia para o trabalho e depois complementava com a parte física. Mas na minha visão me dedicava mais, pois não queria abrir mão de lutar por causa do trabalho. Na verdade tinha que me dedicar duas vezes, primeiro nos treinos e depois no trabalho”, relembra Luiz.
A primeira participação de Luiz em Jogos Pan-americanos foi em Santo Domingo, em 2003, o que segundo ele ajudou a conter um possível deslumbramento com a Vila Pan-americana na edição dos Jogos do Rio de Janeiro. Na ocasião, o brasileiro ficou próximo do pódio, terminando a competição em quinto lugar.
“Por morar na Barra da Tijuca ficava muito próximo da Vila Pan-americana. Como ficamos concentrados no Escola de Educação Física do Exército, só fui para Vila bem próximo dos Jogos. Por já ter disputado os Jogos Pan-americanos na República Dominicana, já estava acostumado ao clima do Pan e procurei ficar mais com os meus companheiros de treinamento mesmo” confirma Luiz.
Na competição, o número de atletas inscritos acabou sendo apenas seis. Luiz caiu de um lado da chave com o mexicano Oscar Aguilar e derrotou o adversário garantindo vaga na final contra o norte-americano Justin Ruiz, que ficou com a medalha de ouro. A cerimônia da medalha de prata além de ficar gravada na memória de Luiz marcou também uma difícil decisão: terminava ali a carreira do atleta.
“Recebi a medalha e senti a sensação de dever cumprido. Mesmo não sendo talvez o atleta que treinasse mais e talvez o que não merecesse tanto, acabei conquistando a medalha. Decidi ali mesmo que queria encerrar a carreira de lutador e seguir trabalhando com contabilidade. Preferi encerrar de maneira vitoriosa. Sinto falta de treinar Luta Olímpica, embora ainda faça Jiu-Jitsu quando posso”, explica Luiz.
Logo depois de encerrar a carreira de atleta em 2007, Luiz Fernandes assumiu a direção administrativa e financeira de uma empresa que terceiriza serviços, cargo que ocupa até hoje. Mas continua acompanhando os resultados dos grequistas e aposta que Davi Albino pode chegar até mais longe do que ele.
“ Lembro de ver Davi começando, ainda muito jovem mas com muita força. Na época ainda era sombra do Marcelo Gomes, o Zulu, titular da categoria dele. Vejo pelos resultados que ele evoluiu bastante, foi prata no Pan-americano de Luta Olímpica e quem sabe não ganha o primeiro ouro dos Brasil nos Jogos?” projetou Luizinho.
Recado do medalhista:
“Acreditem sempre em vocês para que possam superar seus limites e alcançar suas metas. Saiba do seu potencial e já se veja vitorioso, pois tudo que somos é o resultado do que pensamos” desejou Luiz.