Felipe Macedo se despede do comando do Wrestling na Marinha do Brasil
O ex-atleta e treinador de wrestling, Felipe do Vabo Macedo se despediu nesta segunda-feira (9/5) oficialmente do cargo de chefe do departamento de wrestling na Marinha do Brasil. Felipe esteve no cargo durante oito anos e acumulou as funções de chefe de equipe e treinador da equipe da Marinha que reúne desde 2014, ano em que se iniciou a parceria entre a Confederação Brasileira de Wrestling e a Força Armada. Porém, a estrada que Felipe ajudou a pavimentar entre Marinha do Brasil e Confederação Brasileira de Wrestling começou antes.
“O primeiro contato que tive com a Marinha foi na criação de um projeto no fim de 2012 e início de 2013 que visava classificar uma equipe com 10 atletas para os Jogos Olímpicos da Juventude em Nanquim, na China, em 2014. Os atletas ficaram concentrados nas dependências da Marinha, na Penha, Zona Norte, do Rio de Janeiro com alojamento, refeição e treinamento. Calebe Correa e Rafael Crystello Filho conseguiram se classificar para os Jogos daquele ano”, explicou Felipe, então treinador do estilo greco-romano da Confederação e medalhista dos Jogos Pan-Americanos de 2007 no Rio de Janeiro.
Em 2014, a Marinha abriu edital para treinador e Felipe foi selecionado para o cargo. Além de ser treinador da equipe nas conquistas das medalhas nos Campeonato Mundiais Militares e nos Jogos Mundiais Militares, Felipe Macedo participou diariamente das parcerias para treinamento nacionais e internacionais, onde renomados atletas internacionais ficavam concentrados no Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes – CEFAN, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
“Logo no primeiro ano como membro da Marinha, tivemos três medalhas no Mundial Militar com Joice Silva, Dailane Reis e Aline Silva. Pude ajudar na organização de campos de treinamentos com a equipe do Chile, Cuba e recebemos campeões olímpicos como os cubanos Mijain Lopez e Ismael Borrero. Além das participações em Jogos Mundiais Militares, que acontecem de quatro em quatro anos”, explicou Felipe, que também ficava encarregado da parte administrativa.
Depois de 8 anos à frente da equipe da Marinha, Felipe não esconde o orgulho de ver o crescimento dos atletas que iniciaram a caminhdada dentro da Marinha no projeto em 2013. Os meninos que tinham entre 15 e 17 anos cresceram e seguiram como equipe permanente da Marinha, que treina no mesmo local até os dias de hoje e levam o nome do Brasil em pódios internacionais mundo afora.
“Na minha opinião, o maior legado que deixo é ter essa equipe permanente que treina até hoje no CEFAN. Um início lá em 2012 até agora 2022 são 10 anos. Nomes como Calebe Correa, Kenedy Pedrosa, Erivan Rocha, Joilson Júnior e André Luis Pinto, que saiu recentemente da Marinha, mas treinava até bem pouco tempo com o grupo, competem em alto nível atualmente. É motivo de orgulho vê-los conquistando medalhas internacionais “, mencionou Felipe, que deste grupo teve dois medalhistas pan-americanos na edição de 2022,: Kenedy Pedrosa 67kg do estilo greco-romano e Joilson Júnior bronze na divisão 77kg.
Em 2021, Felipe Macedo também atuou como técnico brasileiro e chefe de equipe nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Mas no auge da pandemia, o treinador foi crucial para que Aline Silva, até então atleta da Marinha, que precisava de um local de treinamento isolado para retomar com segurança sua rotina de treinos.
“Durante a pandemia, um período muito duro para os atletas com o adiamento dos Jogos, contei com a ajuda da Marinha para conseguirmos realizar uma quarentena com dois atletas e a hospedagem para Aline que já estava classificada para os Jogos e pôde voltar a rotina de treinos. Graças a essa parceria entre Marinha e CBW tive a oportunidade de ser chefe de equipe nos Jogos de Tóquio”, revelou Felipe.
Depois de anos de trabalho nada melhor do que uma despedida à altura. Os pais de Felipe, esposa e filhos compareceram à cerimônia realizada no CEFAN, outra presença foi de Igor Queiroz, campeão dos Jogos Pan-Americanos Júnior e comandado por Felipe nos Jogos Olímpicos da Juventude de 2018, em Buenos Aires.
“Só tenho a agradecer às duas entidades. À Marinha por sempre abrir as portas para o Wrestling sempre que foi solicitado e à CBW, pois sempre tive auxílio dos treinadores da CBW nos treinamentos. O hoje presidente Flavio Cabral Neves, quando ainda era coordenador, também esteve sempre presente no CEFAN. Então tive muita ajuda para poder fazer com que essa parceria desse certo tanto na área técnica quanto na área administrativa”, concluiu Felipe.
Com a despedida de Felipe, a parceria vencedora entre Marinha e CBW segue agora sob o comando do Tenente Gulinele (como encarregado da equipe e do Comandante Roberto ( coordenador dos esportes de combate da Força Armada.