Em favor da popularização, Luta Olímpica é incluída na programação escolar

Não é à toa que a luta olímpica carrega em seu nome uma referência ao maior evento esportivo do mundo. A modalidade, sobretudo no estilo livre, é uma das mais antigas no programa dos Jogos — só perde para o atletismo — e, desde 708 a.C., escreve sua história na competição ao longo dos séculos. No entanto, a arte marcial está longe de ter no Brasil a popularidade que desfruta, por exemplo, na Rússia. Com isso, a falta de renovação se tornou uma ameaça inevitável.

Entretanto, há uma esperança. Neste ano, pela primeira vez, a modalidade foi incluída na programação das Olimpíadas Escolares para a faixa etária de 12 a 14 anos. A competição ocorre entre 6 e 15 de setembro, em Poços de Caldas (MG), e a expectativa é que novos adeptos possam se unir aos cerca de 3 mil praticantes da luta olímpica (ou wrestling, como é chamada em inglês) em todo o país.

Os estados ficarão responsáveis por formarem suas equipes para as disputas regionais, que classificarão os atletas para a etapa nacional. No Distrito Federal, as inscrições para os 52º Jogos Escolares estão abertas até a próxima segunda-feira.

“A inclusão em um programa de abrangência nacional dessa importância é um grande passo para o futuro da luta”, acredita Roberto Leitão, superintendente da Confederação Brasileira de Lutas Associadas (CBLA). Em Brasília, o pontapé inicial para a popularização do esporte foi dado ontem, no Centro de Ensino Fundamental 02, do Paranoá, com uma aula inaugural para cerca de 1.200 alunos. “O objetivo é trabalhar a luta olímpica nas escolas em busca de renovação”, explica o diretor da modalidade da Federação de Luta Livre, Luta Olímpica e Submission do Distrito Federal (Fellos-DF), Rodrigo Virmond. A intenção é que a atividade faça parte das opções oferecidas na educação integral em diversas escolas do DF.

 

Para todos os gostos
Além do livre, há outros três estilos de luta reconhecidos internacionalmente como competitivos: greco-romano (também disputado nas Olimpíadas), judô wrestling e sambo wrestling. A principal diferença está nos tipos de golpes que podem ser aplicados. Na luta greco-romana, por exemplo, não é permitido atacar ou se defender usando as pernas.

Aulas de capacitação
Por enquanto, a modalidade continua fora do programa para adolescentes de 15 a 17 anos. Hoje e amanhã serão ministrados cursos de capacitação em luta olímpica no auditório do CEE 02, na 612 Sul, para professores de educação física e interessados na modalidade.

Participação indefinida
Para Londres, seis atletas ainda buscam a classificação e embarcam nos próximos dias para Taiwan, na China, onde disputam um torneio pré-olímpico, de 23 a 29 deste mês. De lá, eles seguem para outra seletiva, na Finlândia, entre 30 de maio e 4 de junho. De acordo com a confederação, há hoje 1.200 competidores brasileiros na modalidade. O superintendente da CBLA, Roberto Leitão, é o único a ter disputado duas edições olímpicas: em Seul-1988 e Barcelona-1992.

Torcida empolgada

Por ser uma modalidade desconhecida do grande público, a aula inaugural da luta livre despertou a curiosidade dos centenas de estudantes do CEF 02 do Paranoá. Após a demonstração e explicação do que é a luta olímpica, os alunos foram chamados até o tatame para tentar a modalidade.

O professor Carlo Prater, um dos voluntários do projeto e lutador do UFC, convidou o estudante da 5ª série Douglas Lima Lopes, 10 anos, para “lutar”. O garoto fez uma simulação e aprovou. “Achei muito legal. Tem que ter muita força para derrubar, mas é divertido”, avaliou Douglas. Quem também se animou foi a estudante da 5ª série Marisa Damaceno, 12 anos. “As quedas são legais. Quero muito fazer a aula para aprender direito”, adiantou.

FONTE: SuperEsportes