Curso de capacitação de Wrestling começa a dar frutos em Ribeirão Preto

Com a intenção de ajudar a difundir o wrestling na cidade de Ribeirão Preto, o professor de judô Victor Rocha participou de um curso de capacitação organizado pela Confederação Brasileira de Wrestling (CBW). Foram dois dias de imersão na modalidade, em um fim de semana de julho, onde absorveu conhecimentos técnicos, táticos e sobre regras. Passados dois meses, ele tem 73 alunos de 6 a 15 anos todos da escola municipal Virgilio Salata, no bairro Alto do Ipiranga.

O curso, ministrado pelo ex-atleta e hoje treinador Felipe Macedo, contou com a presença de cerca de 15 professores. Além do judô, alguns eram do jiu-jitsu. Durante os dois dias, além das aulas, foi disponibilizado um manual metodológico com a parte teórica, incluindo fotos com as posições, e vídeos das técnicas. “Ele (Felipe Macedo) passou regras, estratégias, técnica. Uma boa base, uma aula, dividida em um dia teórico e um dia prático”, resumiu Victor.

Quedas, pegadas e imobilizações

As dinâmicas das duas lutas são bem próximas, envolvem quedas e imobilizações. “Dá pra se complementar e é muito proveitoso para as duas modalidades o intercâmbio. Já que pegadas, quedas e imobilizações são o que faz se sobressair nos dois esportes”, detalhou. “Frequentemente temos atletas de judô que migram pro wrestling e têm destaque. Posso citar o professor que nos deu a capacitação, Felipe Macedo, a atleta Giullia Penalber, entre outros.”

Dentre os três estilos do wrestling, Victor explica que o greco-romano é o mais próximo do judô, especialmente após as mudanças de regras. “Só é permitido pegada acima da cintura.” Mas o estilo livre, tanto o feminino quanto o masculino, também tem o que aproveitar. “O estilo livre pode pegar abaixo da linha da cintura, dá pra se aproveitar muitos dos golpes do wrestling e imobilizações.”

Ribeirão e o judô

O curso de capacitação não foi levado à toa para Ribeirão Preto, cidade do interior de São Paulo. “O judô da nossa cidade é um dos mais fortes da região, frequentemente tem destaque nas competições”, conta Victor.  “O sensei Cleber, que além de professor de judô é dirigente da área de lutas, trouxe essa capacitação justamente com o intuito de começar a fomentar o esporte na cidade, visto que temos uma base muito boa no judô que poderia ser usada para o wrestling.”

O próprio Victor Rocha, nascido em Ribeirão e com 22 anos, exemplifica a força da arte marcial japonesa na cidade. “Sou faixa preta desde 2018. Comecei com cinco anos com o próprio Cléber. Sou competidor, já ganhei jogos abertos, fui para seletiva nacional. Tenho um currículo bem grandinho na parte do judô.”

Vale lembrar que a cidade paulista foi eleita pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) para receber os Jogos da Juventude no ano que vem com cerca de 4,5 mil atletas de até 17 anos de idade. O wrestling é pouco difundido em Ribeirão, diferentemente do judô, classificado pela secretaria de esportes da cidade como a segunda modalidade mais desenvolvida da cidade, atrás apenas do futebol.

Tudo no início

O projeto de Victor Rocha está ainda em um estágio bem inicial. “Eles (os alunos) estão bem no comecinho. Nosso objetivo primeiramente é buscar cada vez mais nos capacitar e ir nos grandes polos de wrestling do estado (São José dos Campos e Cubatão).” Então o momento é apenas de treinos, cenário que já deve ser enriquecido a partir de 2023. “Campeonato para a turma ainda não. Mas no ano que vem pretendo colocar alguns”, programa.

Ele mesmo admite que ainda está em fase de conhecimento da nova modalidade. Porém, como bom mestre, já entende ambas com mais profundidade. “A troca de experiências nas duas modalidades aumentam ainda mais o repertório motor para a modalidade principal, já que apesar de serem semelhantes apresentam suas particularidades que podem acrescentar e qualificar cada vez mais o atleta.”