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COB e ABCD trabalham em parceria para disseminar informações sobre o combate à dopagem durante isolamento social

A pandemia da Covid-19 atrapalhou o planejamento e o treino dos atletas de alto rendimento, mas criou uma oportunidade. Com a mudança na rotina e mais horas em casa, acaba sobrando um tempo para uma série de atividades educativas online. Tema importante para a carreira, o antidoping vem sendo debatido em lives e palestras virtuais, em ações integradas entre o Comitê Olímpico do Brasil (COB) e a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem(ABCD).
“O antidoping está presente na grande maioria das ações educacionais do COB. Por exemplo, falamos sobre ética e respeito quando reforçamos os Valores Olímpicos para as crianças e jovens nos Jogos Escolares da Juventude. E, nesse momento, citamos o doping. Trabalhamos também com quem está em torno desses jovens atletas, como os pais, os familiares e os professores de educação física. Nossas ações são complementares às da ABCD, ajudamos a cumprir a tarefa de atingir o público”, afirma o médico Christian Trajano, gerente de Educação e Prevenção ao Doping do COB. “O público alvo das ações antidoping do COB é vasto e diversificado: desde os futuros atletas dos JEJ aos esportistas de alto rendimento. Com isso, a maneira de comunicar deve ser adequada e a tecnologia é uma importante aliada nesse jogo”, completou Trajano, que é médico e já atuou como diretor-técnico da ABCD.

A secretária nacional da ABCD e atleta olímpica de ginástica artística, Luisa Parente, aproveita o atual momento para tornar as ações do órgão cada vez mais digitais. O tema das conversas é a educação e prevenção ao doping. “Recebemos convites para participarmos de lives, fizemos palestras específicas para entidades e passamos nosso II Seminário Brasileiro Antidopagem, que acontecerá em junho para o online. O legal é que, com essas ações, estamos atingindo mais gente. Nesse momento também estamos sendo muito procurados por instituições esportivas”, conta a secretária, que assumiu a ABCD, órgão ligado ao Ministério da Cidadania, em 2019.

Plataformas digitais

Signatário do Código Mundial Antidoping, o COB tem o compromisso de educar e prevenir o doping nas modalidades olímpicas em nosso país, cooperando com a os órgãos de controle. Por isso, COB e ABCD trabalham em conjunto na elaboração de estratégias nas plataformas para disseminar conhecimento sobre o tema.

“Nosso ideal é que o atleta vivencie o antidoping primeiramente pela educação e não pela notificação, pela coleta de amostra. Estamos desenvolvendo uma plataforma de educação com o auxílio de inteligência artificial e queremos que a ABCD seja parceira na criação dessa plataforma. A ideia é que a ferramenta rastreie o interesse do aluno nos assuntos e, assim, podemos montar uma trilha do conhecimento individualizada, seguindo as preferências da pessoa”, revela o gerente do COB que conta que o projeto é feito em conjunto com a UFRRJ (Universidades Federal Rural do Rio de Janeiro) e a UFF (Universidade Federal Fluminense).

O combate à dopagem é essencial no esporte, já que promove a proteção da saúde do atleta e orienta a um #JogoLimpo, lema da WADA (Agência Mundial Antidoping) e tema de campanhas permanentes dos signatários do Código Mundial Antidoping. Já estão previstas novidades. Em uma ação complementar, tanto a ABCD quanto a área de Educação e Prevenção ao Doping do COB vão lançar programas online para levar informações aos atletas e a quem estiver ao seu redor.

“A ABCD vem fazendo constantes ações de prevenção. Até o fim do ano lançaremos o nosso Programa de Educação, baseado em quatro pilares: educação baseada em valores, sensibilização e conscientização, acesso à informação, e educação antidopagem. Ele tem como ação principal a plataforma de e-learning da WADA, a ADel. Adquirimos seis módulos para públicos específicos, como atleta, médicos, treinadores e família, profissionais de entidades esportivas e público em geral. Nosso objetivo é atingir o maior número de pessoas que lide com o esporte”, afirma Luisa Parente, finalista olímpica em Seul 88 e dona de duas medalhas de ouro nos Jogos Pan Americanos Havana 1991, e que antes de assumir o órgão foi membro do Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem.

Os esforços por uma prevenção ao doping através da educação ajudam todo o Sistema Brasileiro Antidopagem. Essa rede, que engloba a ABCD, os signatários do Código Mundial Antidopagem, como o COB e o CPB, e a Justiça Antidopagem, conecta os órgãos responsáveis à sociedade. “Nós ajudamos a proteger a saúde dos atletas, eles devem ser exemplos, fazer o bem e manter o jogo limpo. O sinônimo de antidopagem é ética, e isso é um valor”, afirmou a secretária da ABCD.