CBW realiza ação inédita na área da Psicologia do Esporte na Copa Brasil – CBI Sênior


A Confederação Brasileira de Wrestling (CBW) vai realizar um trabalho piloto na Psicologia do Esporte em sua próxima competição nacional, a Copa Brasil, que acontecerá em Brasília, de 12 a 14 de agosto. Tendo como intermediador Rodrigo Damasceno, presidente da federação piauiense, a CBW fará uma palestra de apresentação aos treinadores e realizará testes de escala de estresse em alguns dos atletas, num método em parceria com a Universidade do Minho, de Portugal.

“Estamos estruturando uma palestra inicial para os treinadores com o intuito de sensibilizá-los. Sabemos que ainda há uma resistência muito grande principalmente de quem tem uma figura de autoridade. Uma vez que você se dirige a esses treinadores, eles vão ficar cientes do que nós, a curto e médio prazo, vamos tentar trabalhar junto aos seus atletas”, comenta Rodrigo Damasceno, formado em Psicologia e integrante do Conselho Regional de Psicologia do Piauí.

Em relação ao teste de escala de estresse dos atletas, o objetivo é iniciar um acompanhamento a médio e a longo prazo. Essa aplicação será realizada em parceria com um grupo de estudos da Universidade do Minho, em Portugal, que já trabalha com a ideia de quantificação na Psicologia esportiva, segundo Rodrigo. Os detalhes das demandas dos lusitanos já foram acertados em uma reunião entre a CBW e o centro acadêmico.

“Faz-se a palestra para explicar a psicologia do esporte e, ao longo da competição, vamos selecionar alguns atletas junto à CBW. Eles vão fazer essa escala de estresse, que tem a ideia de quantificar o nível de estresse que esse atleta tem antes e após o período competitivo. Eles vão responder várias perguntas e, com isso, tendemos a fazer um acompanhamento”, explica Rodrigo, porta-voz da relação entre CBW e Universidade e supervisor dos testes em Brasília.

“Se trata de um algo piloto dentro da CBW, já que estamos envolvendo as Ciências do Esporte, não só a Psicologia. Vamos intensificar um trabalho quantitativo e, depois, a curto e médio prazo, um trabalho qualitativo. Esse quantitativo porque vamos pegar o maior número de atletas possíveis e o qualitativo para tentar mensurar o que tentaremos fazer”, complementa Rodrigo.

Ideia de um departamento próprio na CBW

Foi Rodrigo quem motivou a implementação de trabalhos na Psicologia dentro da CBW. Desde que o presidente Flávio Cabral foi eleito, em 2021, o piauiense iniciou conversas para que a entidade tivesse uma área própria para isso. Após alguns meses de estudo, a confederação se alinhou à proposta de Rodrigo e fará esta primeira ação em Brasília. 

Para além deste plano piloto, o presidente da federação piauiense já pensa além. Sua proposta, já debatida com Flávio e outros dirigentes, é que a CBW tenha um departamento próprio de Ciências do Esporte, pensando não somente em ganhos de resultado, mas também no fortalecimento da saúde mental dos atletas e de todos aqueles que estão ao seu redor. A ideia é instituir um serviço dentro da confederação e não realizar somente trabalhos pontuais.

“Há sim, em diversas escalas, a necessidade real de acompanhamento a médio e a longo prazo de todas as pessoas que estão no cenário esportivo e na luta olímpica não é diferente. Isto é mais do que comprovado, já existem diversos estudos científicos que comprovam que o acompanhamento com uma equipe multiprofissional traz efeitos com muito mais credibilidade. E o mais importante, intensificar o fortalecimento da saúde mental do atleta”, fala o gestor.

O trabalho da Psicologia no Esporte tem começado a se difundir no Brasil há algum tempo. O Comitê Olímpico do Brasil (COB) tem um departamento próprio da área, mas não consegue dar conta de todos os atletas brasileiros, já que há diversos nichos espalhados por todo o país. “Quanto mais as confederações começarem a se sensibilizar e introduzir esse serviço, haverá um trabalho muito mais coeso à equipe de Psicologia e de Ciências do Esporte do COB”, comenta ele.