Angel e a campanha que superou as expectativas nos Jogos Sul-americanos 2010 (arquivo/CBW)

Angel 10 anos de Brasil: 2008 o ano da chegada

A série “Angel 10 anos de Brasil” chega ao segundo episódio que lembra a chegada do treinador ao Brasil. O ano era 2008 e o Ministério do Esporte realizara um convênio com a Federação cubana de Luta e Cuba Deportes, órgão responsável pelo esporte cubano, para trazer treinadores para o Brasil. Do início das conversas até a vinda do treinador se passaram oito meses e um dos principais responsáveis  foi Eduardo Perez, chefe da missão cubana no Brasil que comunicou ao treinador sobre sua ida ao Brasil.

“Lembro que quem me informou foi Eduardo Perez, um grande amigo que infelizmente faleceu há dois meses, e no dia 28 de agosto viajamos de Cuba para o Brasil. Chegamos bem cedo e Gabriel, dono da Academia Delfim nos buscou no aeroporto. A primeira coisa que vi do carro foi a imagem do Cristo Redentor no caminho. Só tinha visto o Cristo em filmes e novela. Então Gabriel explicou que era possível ver de vários pontos da cidade. Para mim foi impressionante ver o Cristo”, relembrou Angel.

O início de trabalho não foi fácil. O desafio de implantar uma metodologia de trabalho e choque cultural como língua eram entraves previsíveis. Como o Rio de Janeiro sediou os Jogos Pan-americanos em 2007 outros treinadores cubanos informaram sobre as características dos principais atletas brasileiros. O treinador ainda teve que lidar com uma certa resistência dos treinadores e dirigentes que já trabalhavam aqui e viviam a incerteza do futuro dentro da modalidade.

“Tínhamos informações dos treinadores cubanos sobre a participação dos atletas brasileiros nos Jogos Pan-americanos e tínhamos uma visão da situação dos lutadores. Alguns nomes como Antoine Jaoude já tinha participação em torneios internacionais, mas  sabíamos que o Brasil não tinha uma tradição e a chegada foi realmente uma situação bem diferente se comparada com a que tínhamos em Cuba. No início também alguns treinadores e dirigentes que já trabalhavam no Brasil, ficaram com a aquele sentimento de não saber o que ia acontecer, mas aos poucos tudo foi se ajeitando”, explicou Angel.

As dificuldades do início foram amenizadas por conta da boa receptividade por parte de membros que já atuavam no esporte. Eduardo Paz Gonçalves, o Dadu,  atualmente árbitro internacional e olímpico foi uma das muitas pessoas que ajudaram Angel. Inclusive na questão moradia, uma vez que em um primeiro momento, o treinador ainda não estava acostumado com o estilo de vida e modo de ser do povo brasileiro. Por isso Angel faz questão de agradecer os amigos do bairro da Ilha do Governador.

“Moramos bastante tempo na Ilha do Governador e foram as pessoas de lá como Eduardo, o Dadu, e o Omar que nos ajudaram bastante. Eles conseguiram um local para que pudesse morar por algum tempo e também nos mostraram como era a vida no Rio de Janeiro e tornaram mais fácil nossa adaptação na cidade e ao Brasil. Eles foram muito importantes neste início” afirmou Angel.

Na próxima entrevista, o primeiro desafio como treinador do estilo greco-romano no Pan-americano de 2009.