O presidente da CBW, Flavio Cabrak Neves, acompanha os testes da equipe multidisciplinar do SESI

Seleção brasileira sub-17 passa por testes específicos no Sesi Cubatão com foco no Pan-Americano


A seleção brasileira sub-17 de wrestling não poderia estar se preparando de forma melhor para o Pan-Americano da categoria, que acontecerá entre 07 e 09 de julho, em Buenos Aires, na Argentina. Os 13 atletas que integram a equipe estão passando por um período de testes e avaliações multidisciplinares no Sesi de Cubatão, em São Paulo, sob os cuidados do Centro de Referência em Ciências do Esporte (CRCE), que é uma das referências na área. A ideia é que um diagnóstico seja feito levando em conta os pontos fortes e fracos dos lutadores, trazendo opções para que a comissão técnica ajuste pensando no campeonato.

“Fizemos testes físicos, de aptidão neuromuscular e cardiorrespiratória. Desenvolvemos as variáveis do treinamento de força e quais exercícios os atletas estavam mais ou menos aptos para realizar. E frente a este diagnóstico, a equipe técnica já está trabalhando nessas demandas, para que eles melhorem aquilo que mostraram deficiência e para que mantenham aquilo que demonstraram força”, explica César Cavinato, líder do CRCE.

O que é o CRCE

O CRCE é uma integração de áreas, que envolve psicologia, nutrição, preparação física, fisioterapia e medicina. Cesar encabeça essa equipe multidisciplinar, tendo contato direto com todas as modalidades do Sesi que atuam no estado de São Paulo. De modo geral, ele executa na prática aquilo que está na literatura científica do esporte, através dos testes, dados e diagnósticos.

“Nós entendemos qual é a necessidade de cada modalidade e vemos o que tem de mais recente e mais moderno, tanto em equipamento e inovação quanto em conhecimento, para colocar em prática. Seja na preparação física, na pedagogia do esporte, no ensino de uma técnica ou em outras frentes. Recomendamos para os preparadores físicos o que funciona mais, aquilo que tem evidências científicas e o que não tem”.

Os 14 atletas que foram campeões do Brasileiro da categoria e garantiram o direito de disputar o Pan-Americano estão no CT do Sesi desde o dia 09 de junho e ficarão até o dia 22, quando ajustam os últimos detalhes antes de embarcarem para Buenos Aires.

Testes específicos

Apesar do Sesi integrar diversas modalidades, o trabalho com a seleção brasileira sub-17 é o primeiro do CRCE com o wrestling. Por isso, Cesar conta que alguns métodos precisaram ser adaptados para este período de treinos, também por envolverem atletas de categorias de base.

“Precisamos fazer um trabalho de diagnóstico profundo porque, por se tratar de base, eles não têm um CT próprio e vêm atletas de diferentes regiões, com diferentes realidades. Nós fizemos uma anamnese, um diagnóstico muito importante para ver as principais deficiências e virtudes”, explica ele.

“Fizemos um levantamento da estrutura e composição dos atletas e a partir daí traçamos um perfil que oferece para a comissão técnica um maior poder de decisão. Por exemplo, um atleta que precisa perder peso: vale a pena fazer restrição? vai perder massa magra? Tem gordura para queimar? Se não tiver, precisa fazer desidratação? o quanto isto pode trazer riscos? o quanto vai trazer de possíveis prejuízos?. Nossa equipe de nutrição dá um suporte nessa questão a partir dessas medidas antropométricas e de composição corporal que fazemos”, conclui.

Um dos testes de aptidão realizados, inclusive, é recente na literatura. Ele associa a parte cardiorrespiratória com a parte técnica. O objetivo é  que o atleta faça o arremesso dos dois atletas em um tempo específico.

“Nós anotamos a frequência cardíaca e quantos golpes ele conseguiu dar. A partir desse teste, temos um índice de eficiência, que a ideia é fazer o máximo de trabalho com o menor desgaste possível. A partir dessa variável, conseguimos comparar ele consigo mesmo ao longo da temporada e com outros atletas, de outras categorias, de outras modalidades e até de outros níveis competitivos”, diz Cesar.

Foco no Pan-Americano

O trabalho realizado tem foco no curto prazo, já que algumas informações já estão valendo para o Pan-Americano. No entanto, Cavinato afirma que é possível se pensar no futuro a partir dos dados que estão sendo obtidos. “Com certeza fica o legado para se trabalhar de médio a longo prazo o que precisa ser feito com esses atletas até eles se tornarem adultos, dando continuidade com suas respectivas equipes e também com a seleção”.

Cavinato garante que a seleção brasileira sub-17 estará muito mais preparada para o Pan-Americano a partir desta série de testes, ainda que resultados expressivos não sejam obtidos.

“É difícil prometer resultado porque o esporte tem uma série de fatores. O atleta pode não estar confiante no dia e não conseguir aplicar toda a força que ele foi treinado para aplicar, ou até estar desmotivado e ter acontecido algum problema pessoal que nem sempre conseguimos prever. No entanto, uma coisa é fato: eles têm mais chances agora do que tinham antes. Simplesmente porque agora temos informações que antes eram desconhecidas e que, a partir disso, conseguimos guiar o trabalho e o treinamento com muito mais qualidade”, diz.

Confira a lista de profissionais do SESI que participaram dos testes:

César Cavinato – Biomecânico
Jerusa Lara -Biomecânica
Natália Carvalho – Nutricionista
Rodrigo Falcão – Psicólogo
Walter Orquisa – Fisioterapeuta